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Um dia de gratíssimas surpresas

Leitura comentada dos jornais dominicais é uma tradição em minha casa. É o dia que Mário e eu temos mais tempo para trocar essas impressões. Lemos trechos um para o outro, quase sempre assuntos bastante diferentes, das áreas de interesse de cada um. Às vezes, sobre matérias banais, fatos engraçados, casos bizarros, histórias tristes. E coisas boas.

Dr. Fernando

Hoje tive duas gratíssimas surpresas. As duas no “Comércio do Jahu”. A primeira no artigo da página 2 assinado pelo Dr. Fernando Frederico, intitulado “A banalidade da corrupção”. Recomendo enfaticamente a leitura. Não só pela consistência e seriedade dos argumentos como pela qualidade do texto. Irretocável!

Encontrei-o recentemente em uma inauguração e conversamos exatamente a esse respeito. Sobre o quanto é difícil ser e se manter íntegro nos meandros da política brasileira. Pedi a ele então e ratifico o pedido agora: não desista! Não um repúblico como você.

Gíniton

A segunda falou mais de perto ao meu coração. Na página 5, uma longa entrevista com Gíniton Lages, um dos delegados responsáveis pela investigação da morte da juíza Patrícia Accioli, no Rio de Janeiro. Sabem por que me emocionei? Ele, assim como o vereador Carlos Ramos, o Kakai, e outros tantos de saudosa memória faziam parte da classe que me convidou para madrinha de formatura no extinto CEFAM.  O Gíniton era daqueles alunos que a gente apostava, sem medo de errar, que daria certo na vida. Atencioso, educado, bom de nota, de convivência, amigo dos amigos. Boa pessoa mesmo.

Kakai

Gíniton e Kakai, assim como o Dr. Fernando Frederico, serão sempre homens sérios, competentes, dedicados na vida profissional e pública. Eles não transigirão jamais. Não deixarão que a corrupção se banalize. E o melhor é saber que, no caso do Gíniton e Kakai, tenho alguma participação na formação do caráter deles. Exemplos como esses fazem toda a minha vida profissional ter valido a pena.

Vera Schwarz

“Comércio” de hoje anuncia que construções de 283 moradias estão paradas há meses

A prefeitura de nossa cidade já investiu R$ 3 milhões no conjunto Baiano da Bomba, R$ 1,280 milhão na Cachoeirinha, os dois em Potunduva, e mais R$ 2,5 milhões no Jardim Orlando Ometto 2. A construtora Qualiarelli & Siqueira Construções e Obras, de Bauru, rescindiu contrato das obras do Baiano da Bomba e do Orlando Ometto 2, e ameaça abandonar a obra de Cachoeirinha, que está parada.

A prefeitura investiu R$ 6,83 milhões para construir 283 moradias e não conseguiu inaugurar nenhuma. Para piorar, abriu licitação para completar as construções e ninguém se interessou a participar.

Isso é o que se pode chamar de “imbróglio”.

Para ver a matéria completa, clique AQUI.

Meu blog saiu no noticiário policial. Dá pra acreditar?


Verdade, gente. Este blog que vocês estão lendo agora foi parar no noticiário policial da Rádio Jauense, no programa de notícias na hora do almoço.

Segundo a notícia, os funcionários da empresa que ganha um dinheirão para cuidar do trânsito da nossa cidade não gostaram do post que fiz no dia 14 (está na segunda página, para quem não viu) e fizeram um Boletim de Ocorrência. Como não vi o documento, não sei o teor da reclamação.

Se não gostaram estão no direito deles. O caminho é esse mesmo. Reli o post e não vi nada errado nele. Será que sugerir que esses pessoal dê umas voltas pela cidade para ver se encontrar coisas erradas e chamar a quem de direito para multar motoristas que desrespeitam a lei é ofender alguém? Acho que não. Paciência, vamos ver no que dá.

No começo da semana, se não me engano, o jornalista Jeováh Nunes de Moura despediu-se dos leitores do “Comércio”. Foi processado porque escreveu um artigo que desagradou o prefeito. Na despedida, Jeováh disse que não estava disposto a gastar dinheiro pagando advogado para defendê-lo. Para não ter que se calar, preferiu deixar de escrever no jornal.

O vereador Kakai também vem sendo alvo de processos, por dizer o que pensa a respeito da administração municipal.

Posso estar errado, mas está parecendo ser uma estratégia para intimidar quem fala ou escreve o que pensa. Talvez seja isso, talvez não. Se for isso mesmo é um caminho. É um direito.

Como o direito de um acaba quando começa o direito do outro, entendo que tenho o direito de escrever o que penso quando quiser. Especialmente aqui, neste espaço que criei. Discordar não é desrespeitar ninguém.

Aos funcionários da empresa que ganha muito bem para cuidar do trânsito da prefeitura, como a todos os que eventualmente se sentirem ofendidos neste blog, ofereço o mesmo espaço para que publiquem a versão deles.

E com todo o respeito, continuo achando que em vez de ficarem em duplas parados nas esquinas do centro, seriam bem mais úteis se circulassem sozinhos para evitar que caminhões estacionassem em vagas de idosos durante o expediente bancário, sem qualquer tipo de punição.

Questão de ponto de vista.

Pesquisa publicada pelo “Comércio” bate com enquete do blog


Pesquisa realizada pela Pró-3 publicada neste domingo pelo “Comércio” mostra que  a população de Jaú não está nem um pouco satisfeita com a forma que o governo do prefeito Oswaldo Franceschi e sua equipe vêm cuidando da cidade. Passados dois anos e três meses depois da posse, a “cara nova” não agradou. O resultado da pesquisa bate exatamente com o resultado da enquete que fizemos aqui neste blog, com nossos leitores. Nada menos que 85% da população rejeitam a forma de administrar do atual governo. Não me lembro de nada parecido desde que comecei a acompanhar a política jauense.

Vamos lembrar mais uma vez que a enquete disponibilizada neste blog não tem valor científico. Mas nem precisa, né? Na nossa enquete, 85% (para ser exato, 84,71%) disseram achar que Jaú está sendo mal administrada e piorou com o governo de Franceschi. Na pesquisa publicada pelo “Comércio”, 57% dos entrevistados atribuíram nota de 0 a 1 ao governo e 27% dos jauenses deram nota entre 2 e 4. Ou seja, 84% deram notas abaixo da média ao governo.

Na enquete do blog, 4,71% aprovaram a administração. Na pesquisa da Pró-3, 2% aprovam Franceschi e seu grupo. Mas 1% não respondeu e a forma de perguntar foi diferente.

O “Comércio” pediu aos entrevistados para darem notas ao governo. Nosso blog foi mais conciso: perguntou se a cidade havia melhorado com este governo, se estava igual ao administrador anterior ou se estava pior.

Outra diferença: enquete só responde quem quer. Pesquisa, muitas vezes as pessoas não querem ser indelicadas com o entrevistador e acabam respondendo qualquer coisa, para ficar livre. Sem contar que se o entrevistado for um funcionário da prefeitura, dificilmente vai dizer o que pensa, com receio de haver retaliação, porque geralmente nas entrevistas eles dizem os nomes, endereços, idades… e por aí vai.

Interpretação – Não concordo com a interpretação que o “Comércio” fez da pesquisa. Já trabalhei com diversos institutos de pesquisa, entre eles IBOPE e Vox Populi, e a leitura deles é outra. Não estou dizendo que a Pró-3 não trabalhou bem. Longe disso. Digo que analiso o resultado de outra forma, como fazem os grandes institutos. Aliás, nem sei quem analisou os resultados, se a Pró-3 ou se a equipe do jornal.

Há duas formas de ler as pesquisas que pedem notas de desempenho, as duas válidas. Considero a mais precisa essa, que vou descrever:

Notas 0 e 1 = péssimo.

Notas 2, 3 e 4 = ruim.

Nota 5 = regular.

Notas 6, 7 e 8 = bom.

Notas 9 e 10 = ótimo.

A outra forma, também aceita na maioria das campanhas, é a seguinte:

Notas 0 e 1 = péssimo.

Notas 2 e 3 = ruim.

Notas 4, 5 e 6 – regular.

Notas 7 e 8 = bom

Notas 9 e 10 = ótimo.

Na análise feita pelo “Comércio” as notas 2, 3 e 4 são consideradas “regular”. Discordo. Nota 2 não pode ser regular. É muito baixa, assim como a nota 3. É ruim mesmo.

O jornal considera boas as notas 5, 6 e 7. Nota 5 não é boa. Se a pessoa acha bom um governo não dá para ele nota 5. Dá mais.

Resumindo a ópera: acho que a pesquisa foi bem feita, a análise dela não. Talvez até por inexperiência, por falta de intimidade com o assunto.

De qualquer forma, mais duas observações para terminar: primeira, parabéns ao “Comércio” por ter encomendado a pesquisa e por mostrar a seus leitores o que a internet já havia adiantado, mas para um círculo menor de leitores.

Segunda observação é parabenizar também o site Jaunews, que em janeiro colocou sua enquete no ar para saber o que seus leitores estavam pensando da administração. Na enquete do Jaunews, 89% rejeitaram o atual governo. Absolutamente dentro da margem de erro das sondagens, que gira em torno de cinco por cento.

Resumindo a ópera II – O governo do Oswaldo Franceschi e equipe vai mal. Todo mundo sabe. Todo mundo comenta. Tenho opinião formada sobre as razões da absurda insatisfação da população em relação ao que está acontecendo. Mas esse é um assunto para outro post. Este já está grande demais.

Política: a semana em que a cuíca roncou.

Bem antes dos surdos e tamborins anunciarem a chegada do carnaval, foi a cuíca quem roncou – e roncou grosso – nesta semana que está terminando em Jaú. De segunda-feira até agora, uma sucessão de acontecimentos fragilizou ainda mais a tumultuada administração do prefeito Oswaldo Franceschi (foto ao lado), que hoje decidiu ir até o estúdio da Rádio Jauense e dar uma longa entrevista, na tentativa de levantar o moral de sua tropa.

Denúncias, substituição de secretário, acusações, falta d’água, cardápio completo. O prefeito disse que essa história de atos secretos é barulho da oposição. Que são atos administrativos. Com todo respeito, discordo. Segundo levantamento do “Comércio”, esses decretos somam R$ 133 milhões em movimentações financeiras. Isso deveria vir a público na semana em que esses decretos foram assinados e não só agora,  em questionáveis edições “B, C e D” do “Jornal Oficial do Município”.

Terminada a entrevista do prefeito na Jauense começou a entrevista do ex-secretário André Galvão de França na Tropical FM, no programa do ex-candidato a prefeito e a deputado estadual pelo PT, Rafael Agostini.

André (que na foto à esquerda aparece ao lado de sua substituta, Jaci Tóffano) não só manteve tudo o que havia dito nas entrevistas que havia dado na segunda-feira, dia em que limpou as gavetas, como foi mais longe. Comparou a família do prefeito à família Sarney. Disse que o secretário de Finanças, Eduardo, não tem espírito público à frente da Secretaria de Finanças. Contou que a primeira-dama faz constantes ingerências em outras secretarias e que o prefeito é ansioso, desorganizado e que não tem perfil para comandar a prefeitura.

Sobre a falta d’água o prefeito Franceschi disse que o problema é antigo, que precisa embasamento legal para quebrar o contrato com a Sanej, que vai mandar perfurar poços profundos e que ajudou, pessoalmente, as vítimas das enchentes nos bairros mais afetados. E culpou o excesso de chuva. Acho que não acalmou as 40 mil pessoas que ficaram parte da semana sem água.

O problema do prefeito é que ele é muito pouco didático nas suas entrevistas. Ao comentar sobre as realizações de sua administração, cita uma série de feitos como se fosse uma ladainha decorada, mistura saúde com educação: trânsito com asfalto, pede para que os jauenses comemorem o carnaval com moderação e termina abençoando os ouvintes, como se fosse um religioso. Assim fica difícil entender seus argumentos.

Sobre a Comissão Especial de Inquérito que está por uma assinatura para se tornar realidade na Câmara (Fernando Frederico, Kakai e Dr. Segura já assinaram, falta apenas mais um), Oswaldo Franceschi disse que não tem nada a esconder e emendou textualmente o seguinte: “Podem fazer o que quiserem”. Com a palavra, nossos bravos vereadores.