Que sair para comer em restaurante chique em São Paulo custa caro, todo mundo sabe. Mas a julgar pelo que ando lendo, até mesmo os paulistanos estão assustados com o valor das contas.
O jornalista e blogueiro Luiz Américo Camargo, do suplemento de gastronomia “Paladar”, que sai às quintas-feiras no Estadão, relata na sua coluna “Eu Só Queria Jantar”, publicada hoje, que até os gringos estão assustando com os preços.
Camargo esteve recentemente no Figueira Rubaiyat, um estrelado restaurante que fica na Haddock Lobo, nos Jardins. Por uma refeição completa (couvert, entrada, prato principal e sobremesa), pagou R$ 200,00. Sem bebida alcoólica.
Sabe qual foi o prato principal? Fraldinha. Tá certo que era fraldinha australiana. Mas mesmo que fosse de Marte, pagar R$ 95,00 por uma fraldinha é muito, né? Com 10% sai por R$ 104,50. A fraldinha estava ótima, garante Luiz Américo, veio acompanhada de batata e farofa, mas o preço é bem salgado, vamos convir.
Dias atrás, recebi de um amigo um PPS contando a história do restaurante mais antigo do mundo, o Sobrino de Botin, que fica em Madri. Fundado em 1.725, é um dos preferidos das celebridades. Até Ernest Hemingway escreveu sobre ele. Sua especialidade, como o Figueira Rubaiyat, são os assados.
O prato mais tradicional do Sobrino de Botin é o cochinillo assado (leitão mamão assado no forno de lenha). Preço: 22,50 euros. Ou, R$ 51,30. O cochinillo vem acompanhado de rodelas de abacaxi caramelado, em cesta de massa folhada.
O cliente também pode pedir uma refeição completa, o menu de verão da casa. Gaspazcho (sopa de legumes gelada), leitão assado, meia garrafa de vinho ou uma cerveja, e sorvete. Pagará pela refeição completa 40,20 euros, já com a gorjeta (7,5%) incluída no valor da conta. R$ 92,00 para comer ao lado da Plaza Mayor, em Madri, no restaurante mais antigo do mundo. E um dos mais badalados da Europa.
Tá certo que o real está valorizado, que somos um país emergente e que o Figueira Rubaiyat é um restaurante que mais parece um cenário, construído sob uma figueira centenária. Mas cobrar R$ 104,50 por uma fraldinha, aí já é demais. Não é à toa que Luiz Américo Camargo contou em sua coluna que ele deveria ser o único brasileiro no salão.