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Governo do Estado doa 13 prédios de escolas para Jaú. Legal, né?

O governador Geraldo Alckmin  sancionou o Projeto de Lei (348-11) em que o Estado transfere para os municípios de São Paulo 1.675 imóveis onde estão instaladas escolas da rede de ensino que foram municipalizadas. Jaú ganhou 13 prédios, entre eles a escola “Dr. Pádua Salles”, prédio tombado pelo Patrimônio Histórico. O valor total da doação para o município é muito expressivo: R$ 11. 392. 688, 00.

Legal, né?

Legal coisa nenhuma. Maior fria. Bucha.

Modestamente, e com todo o respeito, não aconselho o prefeito Oswaldo Franceschi a colocar esta doação na lista de suas conquistas. Sabe por quê? Porque o decreto de doação que entrou em vigor ontem tem uma cláusula digamos, safadinha, para não dizer muito sacana para quem mora nos municípios “beneficiados” com a bondade do governador. Olha ela aqui:

“Pela medida, os prédios das escolas passam a ser patrimônio do município, que passa a ser responsável por toda a administração, manutenção e melhorias dos imóveis”.

O governador Alckmin, que  levou dois terços dos votos nossos, amigão da cidade, devoto de Frei Galvão como nós, acaba de doar para Jaú 13 prédios pra gente cuidar. Obrigado, governador. Estamos nadando em dinheiro. A gente dá manutenção na parte elétrica, hidráulica, reforma e pinta todas essas escolas que o Estado tinha a obrigação de manter e levanta os muros que estão caindo, como no caso do “Dr. Domingos de Magalhães”. Ótimo. Então tá. Legal mesmo. Tá sobrando dinheiro aqui. Presentão. Ganhamos mais um enorme…

A faca está afiada, prefeito? Vai descascar? Cai fora.

Se eu fosse prefeito não assinaria as escrituras. Escolas estaduais são responsabilidade do Estado. Ele que cuide dos prédios dele. Até porque quero ver se algum um governador tem a coragem de vender escolas para reforçar seu caixa. Só se for maluco. Dá notícia na CNN e na BBC de Londres. Esquece.

Agradeça e devolva o presente, prefeito. O abacaxi é dele. Ele que descasque.

CEI dos atos secretos: depoimentos confirmam atraso nas publicações.

Du Barreto (à esquerda), durante depoimento de hoje.

Cada vez que os membros da Comissão Especial se reúnem para ouvir testemunhas da investigação dos chamados atos secretos da prefeitura de Jaú torna-se mais grave a situação da administração municipal. Depois do depoimento de Du Barreto, ex-secretário de Relações Institucionais, não há dúvida de que os jornais contendo decretos que deveriam ser assinados no ano passado foram impressos em fevereiro de 2011, com datas retroativas.

Ex-prefeito de Brotas duas vezes, Du Barreto mostrou saber muito bem a gravidade desse tipo de procedimento, que chamou de “desregramento”. Disse mais de uma vez que esse foi o motivo pelo qual pediu demissão do cargo que ocupava. Barreto foi mais longe. Declarou que oito meses depois de ter deixado o cargo, foi chamado pela Prefeitura para assinar decretos que deveriam ter sido publicados no ano passado.

“Por mais que eu pedisse, por mais que eu falasse, não acatavam. Quem sempre atrasava o envio dos decretos era a Secretaria de Finanças. E eram decretos sobre remanejamento de verbas”. Não poderia ser mais contundente.

A versão do ex-prefeito foi integralmente corroborada por outro ex-secretário da mesma pasta, Sílvio Fernandes. Sílvio afirmou que mais de uma vez foi cobrar do prefeito Oswaldo Franceschi agilidade da Secretaria de Finanças na devolução dos documentos feitos pela secretaria que dirigia, sem obter qualquer sucesso.

As frases são do diretor da Consladel. A conclusão é sua.

As frases são do engenheiro Marcio Rovai Arem (ao centro), diretor da Consladel. Ontem ele esteve em Jaú  para conversar com a imprensa, e se colocar à disposição para ser interrogado pela CEI dos Radares.

Ao ser perguntado em entrevista coletiva que deu ontem sobre doação que fez de R$ 50 mil para a campanha do prefeito Oswaldo Franceschi, afirmou:

A Consladel separa um coeficiente e divide entre os partidos. Estamos há mais de 20 anos no mercado. Seria muito infantil fazer doação com vista a um contrato futuro. Fizemos doação para todos os partidos políticos.”

Mais tarde, perguntado qual a razão de ter escolhido Jaú para distribuir a benesse, Arem escorregou:

É uma cidade que não tinha sinalização. Vimos um potencial aqui. Foi um investimento. Escolhemos várias cidades do interior onde não tínhamos contrato e tinham sinalização deficiente.

Então tá. Outra frase do diretor da empresa, pra fechar:

Não existe e nem nunca existiu qualquer esquema de propina na Consladel.

Quem sabe domingo o Fantástico peça desculpa aos seus telespectadores por ter inventado o vídeo onde um representante da empresa promete propina.

A reportagem completa da entrevista você pode ler no site Jaunews (de quem tomei emprestada a foto acima), clicando AQUI

Enquete: desaprovação da administração é enorme.

Durante exatos 20 dias este blog disponibilizou a seus leitores uma enquete, que teve por finalidade avaliar como a população está julgando o desempenho da administração municipal de Jaú. Desde o início da semana prometemos revelar os resultados hoje (sexta-feira, dia 11). É o que estamos fazendo agora, com todos os detalhes.

Como a votação era opcional, 83 leitores votaram uma única vez, já que a pesquisa foi filtrada para não permitir que o mesmo IP (endereço da internet de cada máquina) pudesse votar mais de uma vez.

83 votos responderam à pergunta “Você acha que Jaú está sendo bem administrada”?

71 escolheram a opção “Não. Jaú está sendo mal administrada e piorou no governo do prefeito Oswaldo Franceschi e sua equipe”. O número corresponde a 86% dos votos.

Em segundo lugar, com com 9 votos, 11% do total, apareceu a opção “Este governo é igual aos anteriores. Nem melhor, nem pior”.

Apenas 4% do total dos participantes da enquete demonstraram estarem satisfeitos com os rumos da administração. A opção “Sim, Jaú está sendo bem administrada e melhorou no governo de Oswaldo Franceschi e sua equipe” recebeu apenas 3 votos.

Vale lembrar novamente que enquete não tem valor científico e o universo de participantes é praticamente cinco vezes menor do que o número de eleitores consultados em pesquisas registradas nos Cartórios Eleitorais.

Mesmo assim é possível dizer, com boa margem de segurança, que o índice de desaprovação da administração municipal de Jaú é enorme.

Esses números são arredondados. Os números reais são: desaprovam: 85,54%. Indiferentes: 10,84%. e aprovam a administração, 3,61%.