Deixa como está pra ver como fica
A Câmara de Jaú abriu mão do direito de prosseguir com as investigações sobre a lambança que a Prefeitura fez, ao brindar os cidadãos jauenses com o episódio que se convencionou chamar de “Atos Secretos”. Resumindo a ópera, tinha a obrigação de publicar editais sobre movimentações financeiras, não publicou quando deveria, depois mandou editar jornais oficiais em versões B-C-D-E… com datas retroativas, meses depois do que era obrigada fazer.
Isso costuma dar problema. Tanto que, se votassem pela instalação de uma Comissão Processante, o prefeito teria que justificar as lambanças e, se não fosse convincente em suas argumentações, corria o risco até de ser cassado. Ou não. Mas nossos vereadores declinaram do direito ou dever de se aprofundar no caso. Oito resolveram deixar como está pra ver como fica. Ademar Pereira da Silva (PT), Atílio Durval Gasparotto (DEM), Carlos Alberto Lampião Bigliassi Magon (PV), José Carlos Zanatto (sem partido), Paulo de Tarso Nuñes Chiode (PV), Paulo Gambarini (PSDB), e dois vereadores que votaram a favor da abertura da CEI, Ronaldo Formigão (EM) e Tito Coló Neto (PSDB).
Votaram a favor da abertura da Comissão Processante Fernando Frederico de Almeida (PV), que presidiu a CEI, Carlos Ramos (PT), relator, e José Segura Ruiz, membro da comissão de inquérito.
Goleada – O resultado da votação, uma goleada da situação sobre a oposição, não deve ser analisado como uma demonstração de força do prefeito Oswaldo Franceschi. Não é tão simples assim. O prefeito tem três votos fechados, assim como a oposição também tem. Dois oito vereadores que decidiram deixar como está, dois são do PSDB e seguem a orientação do grupo político do ex-prefeito João Sanzovo. Outros dois, do DEM, embora estejam sob o comando da primeira-dama Caroline Franceschi, na teoria, ainda rezam a mesma cartilha do grupo de Sanzovo. O outro voto contra a Comissão Processante foi de Lampião.
Já disse aqui e repito: na política, nem sempre o que parece é. Nesse caso, a pergunta não é se a Comissão Processante deveria ou não ser instaurada, provocando enorme desgaste ao prefeito ou até sua cassação. A pergunta é outra. A quem interessa ver o prefeito mais desgastado ainda ou, em última instância, fora da cena política?
Que ninguém se iluda. Este foi apenas mais um lance de uma partida que já começou faz tempo e só vai terminar em outubro do ano que vem.